quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Bajociano - um Andar com muito para descobrir

Bajociano


Define-se estratótipo como uma sucessão de camadas rochosas com características bastamte específicas e evidentes, com limites bem identificados, que permitem caracterizar unidades estratigráficas padronizáveis (Andares, Séries, limites estratigráficos, etc) e que servem de referência quando comparadas com outras unidades do mesmo intervalo de tempo. (Ver mensagem: Estratótipos)

Na escala de tempo geológico o Bajociano é um Andar do Jurássico Médio, do período Jurássico, da era Mesozoica e do éon Fanerozoico. Este andar encontra-se compreendido entre os 171 milhões e 600 mil e 167 milhões e 700 mil anos atrás, aproximadamente.


O Bajociano sucede o Andar Aaleniano e precede o Andar Bathoniano.





Em 1996, o Comité Executivo da IUGS (International Union of Geological Sciences) declarou o Cabo Mondego como o mais representativo estratótipo do limiar Aaleniano-Bajociano.


Localização Geográfica do Cabo Mondego






A secção da praia da Murtinheiro, no Cabo Mondego foi a escolhida devido à forte presença e conservação de elementos fósseis (ex: pegadas de dinossauros, amonites e vegetais) nas sucessivas camadas geológicas destas falésias.



(Imagem da localização do GSSP do Andar Bajociano no Cabo Mondego)

Este estratótipo tem um domínio composto por unidades em que as alternâncias rítmicas margo-calcárias são dominantes, sendo esta formação denominada de Calcários e Margas do Cabo Mondego.


Aspectos notáveis:

  • A maioria das camadas da sequência apresenta registo fóssil.
  • Algumas camadas apresentam marcas de bioturbação.
  • Observa-se uma alternância rítmica entre as camadas de calcário e margas cinzentas.
  • Através da análise da sucessão é possível reconhecer ambientes de transição no Cabo Mondego.
  • As camadas não apresentam perturbações de natureza tectónica, metamórfica ou vulcânica.

Referências:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bajociano
http://palaeos.com/mesozoic/jurassic/bajocian.htm#Introduction
http://www.cienciaviva.pt/veraocv/geologia/geo2002/materiais/geo3.PDF
http://www.stratigraphy.org/column.php?id=GSSPs [International Comission of Stratigrafy. (2008). GSSPs]

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Estratótipos

Estratótipo: Define-se estratótipo como uma sucessão de camadas rochosas com características bastante específicas e evidentes, com limites bem identificados, que permitem caracterizar unidades estratigráficas padronizáveis (Andares, Séries, limites estratigráficos, etc) e que servem de referência quando comparadas com outras unidades do mesmo intervalo de tempo.

Estratótipos simples: Os estratótipos simples possuem um único corte ou secção estratigráfica.

Estratótipos compostos: Os estratótipos compostos são formadas pela combinação de vários intervalos de secções estratigráficas, que definem as unidades estratigráficas de classificação inferior à unidade definida no estratótipo composto.




Insuficiências mais comuns dos estratótipos:


- Caracterizarem intervalos temporais muito breves e, muitas vezes, incaracterísticos do desenvolvimento filogénico de certos organismos.
- Apenas apresentarem determinadas fácies.
- Caracterizarem apenas determinada província paleobiogeográfica.
- Serem caracterizados por conjuntos demasiados restritos de organismos.




Estratótipos
(Elaborado por Beatriz Lopes Maio)


Referências:
Vera Torres, J. A. (1994) - "Estratigrafia. Principio y Métodos", Ed. Rueda, Madrid, 802 p.
Slides das aulas disponibilizados pelo professor.



sexta-feira, 2 de novembro de 2012

História da Estratigrafia




Nicholas Steno (1638-1689) foi o primeiro a definir um estrato como unidade de tempo, sendo este limitado por superfícies horizontais com continuidade lateal. Aparecendo então o tão conhecido Princípio da Sobreposição, o Príncipio da Continuidade Lateral dos Estratos e o Princípio da Horizontalidade Inicial. Estabelecendo assim a base teórica da estratigrafia.






Mais tarde, desde o século XVIII até ao início do século XIX, William Smith faz as primeiras aplicações práticas feitas a grande escala com a primeira elaboração de colunas estratigráficas, subdivididas em unidades de rochas, individualizadas com base nas características litológicas e no conteúdo paleontológico.




Em 1913, realiza-se o primeiro tratado de Estratigrafia e foi também nesta data que a Estratigrafia se tornou uma ciência independente da Geologia.

A partir de 1917, a aplicação de métodos radiométricos possibilitam a obtenção de datações absolutas de rochas, o que permitiu o cálculo da duração de intervalos de tempo geológico com base em fósseis.

Entre as duas guerras mundiais (1920-1940) deu-se um grande desenvolvimento na prospecção petrolífera. Houve uma notável expansão dos aspectos litostratigráficos e deu-se ainda um importante avanço no conhecimento das geometrias dos corpos sedimentares e estratificados.

Mais recentemente foram publicados vários tratados e manuais que reflectem as transformações conceptuais da Estratigrafia moderna.



(Elaborado por Beatriz Lopes Maio)